O VAREJO PET BRASILEIRO PÓS COVID-19
O que a Arquitetura de Varejo pode fazer pelo mercado Pet

O mercado Pet brasileiro ocupa atualmente a 2º posição (5,2%) em relação ao faturamento mundial ficando apenas atrás dos EUA que possuem nada mais nada menos que 40,2% de todo o faturamento global no setor Pet. Os dados são da ABINPET – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação.

São mais de 163 mil estabelecimentos, gerando aproximadamente 2 milhões de empregos dedicados a atender às demandas de alimentação e cuidados de uma população de mais de 139 milhões de animais de estimação no Brasil.

Todos estes estabelecimentos precisarão de novas dinâmicas em seu funcionamento passada a atual crise sanitária que impõe restrições ao comércio para promover o isolamento social, medida necessária para conter a rápida propagação do Covid-19.

A Arquitetura de Varejo pode ajudar a reinventar e impactar diretamente várias destas medidas necessárias para adaptação das lojas, banho e tosas, casas de ração, clínicas e consultórios veterinários.

Com projetos de arquitetura para pet shops mais rápidos e econômicos as empresas que possuem filiais ou redes não precisarão cessar por completo seus planos de expansão, podendo inclusive encontrar novas condições de negociação de alugueis em lojas de rua e principalmente em shopping centers.

As clínicas e consultórios poderão buscar novos diferenciais competitivos através de projetos de arquitetura mais criativos, sem, no entanto, tirar de foco a economia. Projetos com mais personalidade, alinhados com o público e o local do estabelecimento. Estes projetos deverão cada vez mais ser precisos, sendo elaborados para a exata necessidade de cada estabelecimento e na medida certa do seu planejamento financeiro e estratégico.

As lojas de pequeno porte, grande maioria do mercado pet brasileiro, terão, mais do que nunca neste novo cenário, que competir com os grandes estabelecimentos. A competição em preços será acirrada, tendendo neste ponto para os grandes em relação ao poder de compra que possuem. As lojas de pequeno e médio porte podem reagir com a ambientação mais atraente em seus pontos de venda, criando uma atmosfera de maior conexão com o cliente de bairro, o cliente frequente e que estabelece relação de confiança com a loja através de um atendimento mais personal. Estas relações são estimuladas e potencializadas em ambientes de loja onde é criado um cenário agradável e ao mesmo tempo vendedor.

Neste período de mobilidade social reduzida o e-commerce vai se destacar e exigir a adaptação necessária para sobrevivência de muitos negócios. A tele-venda e o delivery, ferramentas chave nos negócios de bairro, exigirão das lojas a reinvenção de seus espaços físicos que deverão ser repensados para otimizar e aumentar a rentabilidade do investimento no ponto de venda. Nem só de áreas de estoque as lojas poderão dispor. Somente o aumento das áreas destinadas a estoque pode se transformar em uma grande concentração, em detrimento das áreas de venda (o salão comercial das lojas), o local onde as vendas de produtos e serviços de maior valor agregado ocorre e onde as relações de confiança no cenário do consumo acontecem. No salão de vendas a fidelização tem o seu maior e melhor palco.

Em áreas de estoque o cliente não pode circular com seu pet, já no salão de vendas de um pet shop ou na espera de uma clínica a mágica do encantamento do cliente pelo seu produto ou serviço pode acontecer.

O espaço físico das lojas terá que deixar apenas de “conversar” com o digital, ele terá que ter essa linguagem incorporada, e sem barreiras, na sua estrutura. O digital não poderá estar somente no DNA dos estabelecimentos voltados para os Pets, ele terá que estar à flor da pele.

Os consultórios veterinários terão que demonstrar estarem atualizados não só pela qualidade de seus corpos técnicos, como também pelas suas instalações. Ambientes que reflitam modernidade, limpeza e conforto passarão os sinais sensoriais aos clientes que serão assimilados e principalmente classificados como de qualidade superior. A propagação deste reconhecimento auxiliará as clínicas e consultórios em seus esforços de comunicação e marketing. A estrutura e a ambientação de um consultório não são só o seu cartão de visitas, são o seu outdoor.

Banho e Tosa estão na linha de frente dos serviços destinados a animais de estimação. São grandes geradores de fluxo e agregam muitas vendas quando funcionam associados à Pet shops.

A Arquitetura de varejo pode atuar diretamente na melhora destes estabelecimentos com projetos de arquitetura para Banho e Tosa funcionando com eficácia em espaços mais compactos, com melhor aproveitamento das instalações e visando a máxima eficiência no uso dos recursos disponíveis.

A adaptação de espaços para a operação de Banho e Tosa em pet shops já existentes deve seguir raciocínios e critérios bem pensados e estabelecidos. A instalações hidráulicas, os fluxos de trabalho, as áreas de guarda de animais, as bancadas de trabalho, os tanques de banho, as áreas de espera, enfim, tudo terá que ser pensado para melhor aproveitamento do espaço e do orçamento planejado.

As novas dinâmicas de circulação de pessoas exigirão, principalmente dos pet shops, pontos de venda que permitam mais espaçamento dos clientes seja nos corredores de gôndolas ou nas filas diante dos caixas. Um novo paradigma para grande parte dos estabelecimentos que funcionam com o dilema constante de exposição do – cada vez mais crescente – mix de produtos versus as larguras de corredores.

As áreas de checkout também terão que ser repensadas. Não só pelas filas, mas também pelo próprio mobiliário do caixa. Proteções e barreiras físicas (acrílico, policarbonato ou vidro) podem ser instaladas como forma de proteção de clientes e funcionários.

A loja física deverá ser vista como local de busca de soluções para saúde e bem-estar dos pets e de seus donos, não local de risco de contaminação e mal-estar.

Clínicas veterinárias precisarão, a partir deste novo cenário de crise sanitária, estar de forma mais efetiva dentro das normas da legislação e diretrizes técnicas dos órgãos de vigilância sanitária e de saúde.

As salas cirúrgicas, seus espaços conexos de escovação, esterilização, repouso, salas de espera e também os consultórios, deverão estar preparados para as normas vigentes e possíveis novas portarias que serão emitidas por órgãos estaduais e federais.

Projetos de arquitetura para clínicas e consultórios veterinários deverão ser pensados e elaborados para atender as necessidades e estratégias dos estabelecimentos de forma cada vez mais precisa pois não haverá, por um bom tempo, espaço para tentativa e erro, e principalmente cronogramas físicos e financeiros de obra com margens de uso de recursos. O dinheiro disponível para investimento terá que ser empregado de forma cirúrgica.

Fontes:
Arquitetar – Soluções para o Varejo
ABINPET – Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação
Instituto Pet Brasil via FolhaPE

Crédito imagens:
ABINPET – Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação
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